Discursos do silêncio

Vivemos em um mundo onde o ego se disfarça de muitas formas, inclusive, de benevolência e respeito.

Muitas vezes por trás de uma conduta que aparentemente demonstra respeito ao outro, se esconde uma sutil arrogância ou até mesmo comodismo.

Quantas vezes deixamos de nos manifestar em situações que exigem atitude, alegando que a iniciativa depende de uma solicitação, de um pedido de socorro.

Há silêncios que gritam, e a maioria não ouve. Há que se ter muita sensibilidade e um coração disposto a enfrentar os desafios que se impõem quando nos empenhamos em fazer o que é certo.

E dependendo da escolha, o tempo, nosso maior mestre, trabalhará a favor ou contra, em conformidade com a lição a ser aprendida.

Enquanto esperamos que a iniciativa venha de fora, o nosso potencial e poder vão sendo consumidos e desta forma perdemos oportunidades e aprendizados.

O que muitos revestem de respeito ao espaço e escolhas alheias, muitas vezes não passa de orgulho e vaidade.

Quantas vezes a ajuda chega de forma doce e humilde, a fim de preservar a dignidade daquele que necessita, e que, talvez, não saiba como se manifestar ou sinta-se inseguro para tomar qualquer atitude.

Diversas são as ocasiões em que nos deparamos com pessoas que sofrem em silêncio, sorrindo com os lábios enquanto a alma chora e suplica por acolhimento.

Os apelos inaudíveis são os mais urgentes, e também os mais difíceis de se observar.

Contudo, uma consciência aberta e acolhedora sempre estará disponível e atenta para ouvir até o mais suave e sutil sussurro, que pode ser inaudível aos ouvidos, mas ensurdecedor ao coração.

#pracegover #paratodosverem imagem de duas pessoas sentadas em um banco, em meio a um lindo jardim, do coração de uma delas, um jovem com um leve sorriso, saem palavras azuis luminosas e com lágrimas, em direção ao coração da jovem ao seu lado. Arte digital