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A Prisão de Midas

  • Foto do escritor: Claudia Vilas Boas
    Claudia Vilas Boas
  • 31 de jul.
  • 2 min de leitura

Muitos devem conhecer a história do Rei Midas, da mitologia grega, mas para contextualizar segue abaixo um resumo.

Midas, um rei da Frigia, era conhecido por sua riqueza e ambição desenfreada, pediu ao deus Dionísio o poder do toque de ouro. Seu desejo é realizado, contudo, esse dom acaba sendo uma verdadeira maldição, pois tudo o ele tocava se transformava em ouro, sua comida, água e até seus entes queridos.

Desesperado, implorou a Dionísio que retirasse o poder e foi instruído a banhar-se no Rio Pactolo, onde o ouro foi levado e sua vida restaurada.

Tal episódio lhe ensinou uma grande lição sobre a ganância e suas consequências.

E, o antes ambicioso rei, passou a valorizar os verdadeiros tesouros da vida.

Trago esse mito para os tempos atuais, pois há em nosso tempo tantos Midas, que embora não sejam reis, não tenham coroa e nem cetro, se comportam como se todos ao redor existissem para serví-los.

Obcecados pelo poder e enriquecimento obtido através dele, de formas nem sempre muito honestas, sentem-se superiores, tornando-se cruéis e tiranos.

Tal comportamento, aos mais atentos, revela um caráter débil e uma autoimagem distorcida.

São geralmente figuras fracas e covardes, sem moral e muito menos sabedoria.

Por onde passam causam dor e destruição, deixando um rastro de injustiça.

Contudo, no silêncio de sua solidão eles sabem quem realmente são. Seres humanos irrelevantes e desprezíveis.

Nunca amados, nem respeitados, apenas temidos. São o tipo de pessoa que acreditam que o mundo lhes deve e culpam a terceiros por seus próprios erros.

Ressentem-se daqueles que ousam viver de forma autêntica e corajosa, cercados de amor e admiração.

Inveja secretamente os homens sábios e fortes que não procuram culpados, assumem suas responsabilidades e buscam soluções. Não se lamentam nem reclamam de má sorte, entendem que precisam agir e que são capazes. E por conta disso, usufruem dos maiores tesouros da vida, aqueles que dinheiro nenhum pode comprar.

São almas valiosas e merecedoras que incomodam os falsos poderosos, por mostrar a eles o que eles não podem ser e muito menos comprar.

Tais seres que, assim como Midas, vivem da cobiça e egoísmo, sem perceber estão construindo uma prisão, uma bela gaiola de ouro, onde a riqueza material será sua única companhia.

Podem se fartar em banquetes requintados, vestirem-se com trajes luxuosos, mas nada disso poderá, em tempo algum, preencher o vazio de suas almas.

Suas camas jamais trarão o repouso tranquilo e o sono restaurador dos justos.

E esse é um alto preço a se pagar pelos equívocos e escolhas indevidas.

Porém, sempre haverá tempo de retomar o caminho correto, para os que aprenderem a lição e escolherem a redenção. Nossa fonte criadora é misericordiosa e justa.

Não há castigo, mas consequências, criadas única e exclusivamente por cada escolha e atitude praticada.

Sair da rica cela dourada exigirá humildade, responsabilidade e submissão à verdadeira justiça. Caso contrário, o toque de Midas os levará à sua própria destruição.

#pracegover #paratodosverem Um rei, com um cetro, sentado em um trono, dentro de uma gaiola de ouro, com a porta fechada. Arte digital

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