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  • Foto do escritorClaudia Vilas Boas

Voo Solo

Assistindo, há alguns dias, a um vídeo, onde uma ave estava sendo libertada do cativeiro, muitas reflexões me vieram à mente.

O grande pássaro hesitava em se lançar ao voo, parecia até que sequer sabia utilizar suas próprias asas. Observava algumas outras aves que passavam próximo ao penhasco onde se encontrava.

Fiquei imaginando o que estaria passando pela cabecinha daquele ser inocente e que até aquele momento tinha sido privado de vivenciar as experiências intrínsecas à sua essência. Qual a sensação diante da descoberta de sua real natureza e liberdade?

Refleti sobre quantas vezes nós mesmos nos colocamos em gaiolas em troca de segurança, conforto ou uma aparente felicidade, cortando nossas asas e nos privando de conquistar o imenso céu de oportunidades, a um passo de nossa coragem.

Falar em zona de conforto parece clichê, contudo, essa opção produz histórias de vida clichês, construídas com base em padrões alheios. Por se acomodarem a ela, tantos atrofiam suas asas em gaiolas douradas. Se deixam iludir pelo brilho do ouro de tolo.

O voo solo é assustador a princípio, como demonstrou o pássaro do vídeo. Porém, no momento em que ele, finalmente, abriu completamente as asas e se lançou corajosamente ao desconhecido, a sensação de resgate da essência daquela ave era quase palpável. Foi uma visão emocionante, pois nos traz a consciência de nossos próprios desafios, dos nossos próprios voos e da incrível sensação de alegria, paz e até mesmo orgulho, no melhor sentido da palavra. No sentido de reconhecer as nossas vitórias, principalmente sobre nós mesmos, e sermos gratos por tudo isso. Sermos gratos à nossa coragem, nossa confiança e nosso merecimento.

No vídeo, várias pessoas filmavam e torciam para que a ave, enfim assumisse seu verdadeiro papel como um ser livre e majestoso.

Também assim, na nossa vida, contamos com pessoas que nos amam e torcem por nossos progressos e conquistas, e isso é muito acolhedor e estimulante.

Contudo, as asas são nossas, ninguém pode abri-las ou voar por nós. O voo é nosso, é solo, assim como o aprendizado é individual.

Podemos sempre compartilhar nossas experiências como contribuição aos que nos cercam, porém, o que cada um faz com essa doação não está sob nosso controle. As escolhas e visões de mundo são particulares, o crescimento se dá no devido tempo e só precisamos compreender e respeitar.

Cuidemos das nossas asas, elas são o sustentáculo da nossa evolução e, nesse caso, o céu não é o limite, uma vez que, o caminho evolutivo de nossas almas é uma viagem ininterrupta em um voo infinito.

#pracegover #paratodosverem Imagem em tons de azul, de um céu com pesadas nuvens e uma ave voando solitária.


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