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  • Foto do escritorClaudia Vilas Boas

Viajantes

Imagine-se na seguinte situação: você está em um lugar em que ninguém fala a sua língua. Você até tenta aprender o idioma local a fim de se comunicar com essas pessoas, mas ninguém se esforça minimamente para tentar te entender.

Com muito esforço você consegue aprender o dialeto, a cultura e o funcionamento do sistema que o cerca. Contudo, não há uma troca.

Com o passar do tempo você percebe que cresceu por si próprio, através da busca de conhecimento e principalmente de autoconhecimento.

Você agregou à sua vida mais informações, mais conteúdo, o que o tornou apto a fazer escolhas e buscar novas experiências.

Escolheu preservar em sua vida o que é útil e descartar o que não merece ocupar nenhum espaço.

Aqueles que o cercam e que não se interessaram em aprender algo novo, em trocar conhecimento e experiências, nada ganharam e nem evoluíram. Não compartilharam, nem tentaram criar alternativas, apenas permanceram engessados numa posição e conceitos inquestionáveis.

Não houve diálogo, somente imposições.

Muitos vivem uma situação similar atualmente, com relação a comportamentos e valores. Há uma imposição de um pensar único, descartando-se a individualidade.

Discursos inflamados sobre respeito à diversidade, cheios de frases impactantes sobre amor e empatia, mas…não passam de retórica, vazia, apenas palavras soltas ao vento. Desconectadas das atitudes.

Defendem ferozmente uma diversidade não tão “diversa” assim. Quem for ousado o suficiente para questionar ou se permitir pensar de acordo com os seus próprios sentimentos e valores, será tachado de uma série de impropérios.

Aprendendo a resguardar sentimentos e pensamentos, descobre-se que nada é mais libertador do que não precisar de aprovação alheia.

Existe uma citação que diz que: "A diferença entre o sábio e o tolo é a certeza. O sábio tem certeza que nada sabe, e o tolo a certeza de que tudo sabe." Aquele que pensa que sabe tudo, não passa de um tolo, enquanto o sábio é aquele que entende que ainda não aprendeu o suficiente.

Essa é a grande sacada. O conhecimento é uma busca constante e prazerosa. Ampliar a consciência e o conhecimento é uma das coisas mais importantes na nossa trajetória para nos tornarmos pessoas inteiras, iluminadas e conquistar a tão sonhada paz. A paz que sentimos ao nos aceitarmos e amarmos a nós mesmos. Do jeito exato que somos, sem a pretensão de sermos melhor do que ninguém, nem precisarmos pertencer a um determinado lugar.

Compreendemos, enfim, que somos livres, apenas sendo o que somos. Viajantes sem roteiros predefinidos. Sem questionar quanto tempo falta para o destino final. Apenas apreciando a vista, seguindo o vento, os sonhos, a alma. E isso nos basta, seres viajantes que somos, para os quais a viagem é mais importante do que o destino.

#pracegover ilustração de uma silhueta feminina, de costas, cabelos presos em um rabo de cavalo, vestindo bermuda, com os braços abertos para o alto, carregando uma mochila nas costa, diante de um vale em tons de azul e lilás.


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