No decorrer da nossa vida passamos por várias perdas e lutos.
E temos que nos permitir esse período de enlutamento, que quase sempre tem início, meio e fim. Não há um prazo determinado, cada um vai viver seu processo no seu devido tempo. Processos internos e externos. Isso não significa passar os dias na cama chorando copiosamente. Cada um tem sua própria forma e tempo para passar por essa experiência. É lógico, que se o sofrimento se estende demasiadamente, talvez seja necessária uma ajuda profissional para se chegar ao fim e para superar.
Alguns buscam o recolhimento, o silêncio, o isolamento, já outros seguem o caminho oposto, buscam exposição, estar cercados de pessoas, relações casuais, festas, mídias sociais! Enfim, cada um determina quais processos o ajudarão a vencer esse período nada fácil, mas muito importante.
Nossos lutos nos trazem autoconhecimento, saltos de evolução pessoal, despertam capacidades adormecidas e o crescimento é tamanho que surpreende a nós mesmos!
Términos de relacionamentos trazem luto para ambos, mas geralmente de forma diferente.
Normalmente quem toma a iniciativa para o rompimento já viveu o luto anteriormente ao momento de se decidir pelo fim, sustentou a situação até perceber que já não havia mais como ser feliz ali. O processo é doloroso, solitário e silencioso. E para o outro o rompimento significa o início de seu luto, de seu sofrimento, mas em alguns casos de uma forma mais exposta, mais compartilhada.
Não raramente quem se decide pela separação é visto como o vilão, o egoísta, mas porque todo o sofrimento que o levou ao seu limite foi vivido por ele sem poder ser exposto ou dividido, de forma solitária. Enquanto a “vítima” conta com a solidariedade e empatia.
Contudo, um relacionamento nunca termina por culpa de somente uma das partes. A responsabilidade sempre é de ambos. E tantos podem ser os motivos: comodismo, rotina, falta de atenção, desvalorização, desmotivação, falta de parceria, abuso, toxidade e tantos outros.
Em muitos casos quem toma a iniciativa o faz porque cansou, porque tentou superar as dificuldades, mas muitas vezes não foi ouvido.
Pode parecer clichê, mas é fato que algumas pessoas só dão valor após perderem. Só enxergam o outro quando ele já está longe, só os escutam quando eles já desistiram de falar.
E cada qual vai ter que lidar com suas dores e pesares, e tirar dali algum aprendizado, ao menos para evitar cometer os mesmos erros em futuras relações e repetir ciclos intermináveis de sofrimento.
E que nossas perdas sirvam para que possamos nos achar como indivíduos, seres complexos e completos, em aperfeiçoamento constante, descobrindo nossas capacidades e resiliência. E acima de tudo assumirmos nossa responsabilidade pela nossa própria felicidade e também pelos nossos momentos de dor.
Porque não raramente é nesses momentos em que nos sentimos perdidos que descobrimos quem realmente somos, qual nossa verdadeira essência. Muitas vezes é justamente nos perdendo que conseguimos nos encontrar. E é isso que realmente importa não é mesmo?
#pracegover imagem de uma mulher vestindo uma camiseta branca, tendo parte de seu rosto coberto por um tecido branco esvoaçante.