Estava aqui tomando uma água com limão e lembrei da frase: Se a vida te der limões, faça uma limonada.
E foi aí que surgiu uma reflexão.
O limão é uma fruta com tantas propriedades benéficas para o nosso organismo, contudo, para muitos o sabor não é lá muito agradável. Quando se faz uma limonada, normalmente colocamos açúcar para disfarçar o azedume, e com isso, perdemos a maior parte dos benefícios, já que, como tanto tem sido divulgado, o açúcar é um dos piores alimentos para nossa saúde. Há com certeza formas naturais e saudáveis de se adoçar os alimentos atualmente, mas a analogia trata da forma mais comumente utilizada.
Quantas vezes na vida, disfarçamos situações, encobrimos problemas, para não enfrentá-los abertamente?
Adoçamos o azedume, adiamos o problema e assim, vamos perdendo o aprendizado.
Tantas são as automanipulações para não assumir as próprias responsabilidades, por exemplo, culpando sempre outras pessoas ou isentando-se em momentos que exigem decisão, como se isso não interferisse nos resultados. Ledo engano.
É a típica falta de coragem para assumir o protagonismo, preferindo o papel de vítima e o coitadismo.
Nunca arriscar nos manterá inertes numa infinita zona de conforto.
Existem essas e tantas outras possibilidades que nos travam a evolução. O medo de quebrar paradigmas, de mudar o paladar e saborear a vida em plenitude acaba por nos enraizar e impedir a colheita de novos conhecimentos.
O limão sem o açúcar é azedinho, mas não é intragável. O doce é confortável, mas nada nos agrega. Ao contrário, pode até mesmo nos prejudicar.
Enfrentar o desconforto da mudança é uma experiência valiosa, e que ao longo do caminho vai se tornando cada vez mais suave. Eis aqui uma boa ilustração sobre resiliência, talvez até um pouco lúdica, uma boa definição do que seria adaptar-se. Adaptar o paladar aos novos sabores que a vida nos oferece.
Se olharmos para o passado, com certeza perceberemos o quanto nossa forma de nos alimentarmos mudou. Quando crianças rejeitávamos alimentos que hoje comemos sem problemas e até gostamos. Talvez já tenham ouvido falar de adultos com paladar infantil. Eles dispensam a experimentação de novos sabores ou se pautam em alimentos afetivos da infância, culminando em um paladar seletivo, e que se não for tratado pode levar a um severo distúrbio alimentar, cuja sigla é TARE, e no qual não vou me aprofundar. Mas vejam que, de forma análoga, a adaptação se faz necessária para uma vida mais saudável e feliz.
Esse esforço traz consigo a satisfação de saber que algo está te transformando de forma positiva, o que supera qualquer amargor e azedume.
A vida nos oferece um imensurável cardápio de sabores diversos e até exóticos. Não me refiro somente aos alimentos que entram pela boca, mas os que nutrem nossa mente e alma. Tudo o que vemos, ouvimos e sentimos traz benefícios ou dissabores.
Que tenhamos a coragem e sabedoria para experimentar e escolher tudo o que traga alguma melhoria e saúde, para o corpo, mente e, principalmente, para nosso espírito.
Há uma famosa citação, atribuída a Charles Darwin, que diz “não ser o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.”
No entanto, eu diria que, para viver em plenitude, e não apenas sobreviver, há que se ouvir os chamados internos sobre as mudanças que nossa alma nos clama, as quais nem sempre estão em sintonia com o que acontece ao nosso redor.
Essa atitude amplia imensamente a experiência nessa nossa existência.
Enfim, terminando o texto, acabou também a água com limão, que, apesar do azedinho, estava muito, muito, muito refrescante.
Tim Tim, um brinde à vida e seus incríveis sabores.
#pracegover #paratodosverem imagem de limões cortados sendo mergulhados em água cristalina.
