Limites
- Claudia Vilas Boas

- 16 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
Quando se é exageradamente bom, a ponto de permitir que pessoas tomem proveito dessa generosidade em demasia, estamos de uma certa forma, prejudicando não somente a nós mesmos, mas também ao outro. Podemos estar dando respaldo e até mesmo incentivando a fraqueza de caráter alheio.
Parece meio complexo, não é mesmo?
Mas muitas vezes é necessário que sejamos firmes com as pessoas próximas, principalmente com aquelas por quem temos muito apreço, para não contribuir para um comportamento abusivo.
O que estamos plantando?
Muitas vezes não entendemos porque colhemos frutos ruins, mesmo tendo plantado as melhores sementes do nosso coração.
Tantas são as vezes em que se planta tanto amor e colhe-se ingratidão.
O que foi feito de errado?
Para bons frutos, há que se preparar um solo que permita o desenvolvimento de uma raiz forte, resiliente. Que fiquemos atentos, fornecendo o necessário, mas permitindo que a semente se desenvolva enfrentando as dificuldades necessárias ao processo de germinação.
Isso se aplica a todo tipo de relação.
Profissionalmente, por exemplo, um patrão muito permissivo, que perdoa todos os atrasos e deslizes, não está contribuindo para que o funcionário desenvolva uma noção de responsabilidade e se torne um bom profissional. Não o está ajudando a se tornar competente e apto a ter sucesso no mundo corporativo.
Em contrapartida, o funcionário que é servil demais, que aceita qualquer tipo de ordem, mesmo que esteja absolutamente fora do contexto de suas funções, está contribuindo para uma conduta abusiva, que pode acabar afetando todo o ambiente de trabalho. Isso não quer dizer que o funcionário não deva ter iniciativa, demonstrar interesse e ser proativo, mas desde que o faça de forma a melhorar o desempenho de suas atribuições.
Nas relações familiares também há que se ter parcimônia. Filhos criados sem limites, com excesso de zelo, tornam-se, via de regra, adultos incapazes de lidar com frustrações. O que os coloca numa condição frágil diante das exigências sociais. A intenção foi a melhor possível, proteger aquele ser tão amado. Contudo, o resultado pode ser justamente o oposto: a falta de preparo para enfrentar os desafios que a vida impõe a todos.
Isso nos mostra que realmente tudo na vida necessita de equilíbrio. Pois, mesmo os bons sentimentos, se usados em excesso, podem causar uma overdose que levará a efeitos colaterais danosos. Em alguns casos, reversíveis, mas em outros talvez não.
Não é fácil, eu sei. Às vezes há tanto amor e bondade, que esses sentimentos teimam em transbordar. Mas se nesse momento se tentar visualizar o quanto essa doação estará auxiliando no crescimento do outro, o quanto isso o tornará uma pessoa melhor, talvez se consiga acertar a dose e equilibrar a fórmula.
Difícil? Um pouco, mas vale a pena tentar!
Equilíbrio é uma forma de amor! E amar em equilíbrio produz harmonia! E a harmonia traz consigo a paz! E o que pode ser melhor?
#pracegover uma mão aberta e de seu centro uma muda de planta está brotando. Ao fundo um céu azul.





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