Censura
- Claudia Vilas Boas

- 10 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de ago. de 2021
A censura deriva do egoísmo e arrogância. Do engano de se achar o dono da verdade.
Tem origem na insegurança, no complexo de inferioridade e na baixa autoestima.
Tudo isso acaba por criar um imenso açude, uma barreira para represar o medo.
O medo de que verdades sejam expostas. Por isso algumas pessoas se revestem de autoridade para calar quem tente se contrapor às suas ideias e ideais.
Neutralizar quem possa atrapalhar seus objetivos.
E muitas vezes manipulam legiões que os seguem hipnotizados como os ratos da fábula do Flautista de Hamelin, um conto folclórico reescrito pelo Irmãos Grimm.
As pobres criaturas mal sabem o que os aguarda no futuro, quando perderem sua utilidade, quando sua adoração e lealdade não forem mais necessárias.
Há uma frase da escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall, biógrafa do filósofo Voltaire, que descreve perfeitamente o direito de expressão: “Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”.
Aqueles que aplaudem a mordaça na boca dos outros, não percebem que estão abrindo um precedente para que eles próprios sejam amordaçados.
Enganam-se facilmente porque assim como os ratos do conto, se deixam encantar pelo som e não percebem para onde estão sendo levados. Se atentam às palavras, às narrativas e não observam as atitudes.
Quantos enganos, quanta maldade seria evitada, se as atitudes fossem mais valorizadas que os meros discursos, vazios de sinceras intenções.
E o mais triste é perceber que muitos estão voluntariamente se oferecendo a essa escravidão. Entregando de bom grado suas almas aos algozes que se alimentam de seu medo.
Se não despertarem a tempo, o desfecho poderá ser tão sombrio como o do conto folclórico. Uma vida sem cor, envolvida em uma espiral do silêncio.
#pracegover imagem em tons de sépia, do rosto de uma mulher com o dedo indicador sobre os lábios. Ao fundo e sobre parte do rosto, espirais luminosas.





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