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  • Foto do escritorClaudia Vilas Boas

Até o último homem

Há tempos, assisti a um filme chamado “Até o Último Homem”. Um filme incrível e que pode nos trazer muitas reflexões.

Um jovem se alista no exército durante a segunda guerra mundial, contudo, por convicções religiosas ele se nega a pegar em armas.

Nesse ponto, muitos com certeza se perguntam: Então o que ele quer ir fazer em uma guerra? Não poderá ajudar em nada, talvez até atrapalhar.

A resposta é que ele se alistou para auxiliar em serviços médicos, de retaguarda. No período de treinamento, por se negar a pegar em armas ele é desprezado, agredido e passa por uma série de humilhações, sendo preso e levado a julgamento. Nesse julgamento ele declara em sua defesa que se alistou por entender que era um dever dele, uma vez que não poderia ficar em segurança enquanto outros lutavam por ele, mesmo tendo justificativas para não se alistar. E que, ao se voluntariar, deixou claro que sua intenção era atuar nos serviços médicos, pois queria salvar vidas e não tirá-las.

Após muita dificuldade, esse jovem conseguiu permanecer no exército, pois a Constituição do país permitia a alegação de objeção de consciência, e ele finalmente foi designado para a ala médica.

E, enfim, partiu para a zona de combate. Nesse ponto, quem pretende assistir ao filme, interrompa a leitura, pois a reflexão que trago me obriga a dar um “spoiler”.

Esse soldado sem usar nenhum armamento, foi fundamental e ao final, considerado um herói, ganhando as honrarias merecidas pelos atos praticados.

Sem dar um único tiro ele salvou dezenas de vidas. Sua fé inabalável o manteve focado em seu objetivo de salvar o máximo de vidas que fosse capaz, o que conseguiu de forma inacreditável.

Saiu ferido, porém sobreviveu, e com certeza levou para a vida o maior aprendizado, bem como deixou uma grande lição aos que, a princípio, o consideraram um inútil e covarde.

Hoje nós vivemos em meio a uma guerra, também muito cruel, pois o inimigo está oculto, o que nos dificulta a defesa.

Há muitos combates sendo travados, uns lutam para desmascarar os agressores, outros para disseminar a informação, outros para dar suporte, enfim, muitas são as frentes de batalha. Contudo, talvez a pior seja a travada entre esses grupos que deveriam estar unidos.

Muitos acham que a sua forma de combate é a única ou a mais eficaz e condenam os que agem de forma diferente.

Assim como muitos condenaram o jovem soldado, dizendo a ele que, se não dava conta de combater que ficasse fora da guerra. E ele realmente poderia ter ficado escondido, e se preservado, afinal todos portavam uma arma e ele não. Mas, ele enfrentou a tudo munido de sua coragem e sua fé.

Temos várias formas de enfrentar o combate. Como também temos a escolha de estar dentro dele ou ficar à margem.

O que sustentou a coragem e perseverança desse jovem foi sua imensa fé. Em nenhum momento ele abriu mão das suas convicções ou duvidou da sua missão e de Deus. A cada soldado resgatado ele pedia a Deus forças para salvar mais um, e, dessa forma, ele conseguiu resgatar dezenas.

Entendo que, na verdade, a retaguarda não sobrevive sem a linha de frente e vice-versa. Cada personagem tem sua importância.

Imagine nessa guerra se não houvesse os dispostos a pegar em armas e arriscar a vida na linha de frente, ou se não houvesse a equipe de apoio para socorrer os feridos?

Pensando racionalmente, guerras nem deveriam existir. Não há vencedores em uma guerra, todos perdem. Nenhuma vida vale um pedaço de terra ou qualquer tipo de poder, pela incapacidade de diálogo, parcimônia e civilidade. E como no xadrez, as peças sacrificadas são os peões. Contudo, há lições. Muito se aprende sobre companheirismo, compaixão, cooperação, união e tantas possíveis virtudes.

Na guerra atual, as armas são as palavras, a desinformação e principalmente o medo e controle gerado através disso.

Muitos, até sem intenção, ou mesmo sem perceber disseminam esse medo, quando apresentam fórmulas como sendo as únicas ou as eficazes para se atingir um objetivo e até mesmo alguma evolução como pessoa. Essa é também uma forma de controle.

Esquecem que o que vale mesmo é a essência que cada um carrega, não importa se está na trincheira, na linha de frente ou na retaguarda.

Nem sempre as aparências refletem o que vai dentro da alma.

O importante é aproveitar o momento e contribuir dentro das condições individuais, respeitando sempre o trabalho dos demais. Ninguém tem a certeza absoluta de nada, até porque isso travaria os questionamentos e, consequentemente a evolução.

Questionar é saudável e necessário, caso contrário, estagnamos.

Observar e questionar é o que nos move a subir degraus em nossa caminhada evolutiva.

O mundo está muito dividido, em todos os setores. E é urgente que cada um reflita e fique atento para perceber qual a sua contribuição. Estamos agregando ou separando?

Confiamos mesmo na vitória ou preferimos fingir que o conflito não existe, para, assim, evitar as dores, que todo enfrentamento traz?

Todo caminho é caminho, e o destino só será atingido quando a humanidade aprender o verdadeiro significado de respeito. E a partir daí o amor ganhará uma dimensão maior.

O que desejo é que esses momentos de tormenta tenham a finalidade de servir para o despertar de todos os que, mesmo sem saber, já possuem a essência e a frequência necessárias para criar e viver em um novo mundo. Que possam todos contribuir e alcançar essa ascensão do planeta e da humanidade. Todos…até o último humano.

#pracegover #paratodosverem ilustração de um soldado de costas diante de um vale deserto, tendo à sua frente um imenso planeta parcialmente em chamas.


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